Sunday, 27 September 2009

Zürich + Emma e Lucy = MUITAS risadas


Felicidade


Eu e Lucy


Emma tentando me ensinar a fazer o que ela tá fazendo na próxima foto.


Emma, a ginasta.

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19.09 - 20.09

Esse foi um dos melhores finais de semana que me lembro em muito tempo! Eu e Lucy (País de Gales) fomos passar o finde na casa de Emma (Suécia). Depois de 1:30 indo e voltando à procura de um supermercado aberto às 7 e pouco da noite de um sábado em Zürich, finalmente conseguimos comprar as coisas e fomos pra casa de Emma. Ela mora sozinha e a casa dela é o sonho da minha vida, um apartamento pequenininho com cara de loft, tamanho perfeito pra ela sozinha e o melhor de tudo, ninguém mais mora lá!!! Se eu tivesse condições financeiras, eu dizia ao pessoal daqui que ia morar sozinha, é a melhor coisa, pq dessa forma dá pra separar o que é vida pessoal e o que é trabalho e assim, acredito que MUITAS confusões e aborrecimentos que acontecem aqui seriam evitados. Mas, infelizmente nada posso fazer e aqui ficarei.

Mas, voltando a parte divertida... A noite, umas amigas de Emma foram pra casa dela pra gente sair depois. Eram todas au pairs, algumas na verdade ela nem conhecia, eram amigas das outras. Acho que eram umas 6 no total, a maioria da Suécia, uma americana e uma australiana. Ficamos por lá, conversando e bebendo... e assim a noite toda passou, ninguém saiu pra canto nenhum, mas acho que nem precisava, porque nos divertimos tanto, rimos tanto, tiramos tantas fotos engraçadas que valeu mais do que a pena ter ficado!! Eu acho que estava bem precisada de umas cervejas e várias risadas pra relaxar! Nós rimos tanto, mas tanto que eu pensei que ia enfartar!

O domingo, como sempre, foi o dia da mazela! As meninas estavam super ressacadas, mas eu não! UFA de novo! HAHA! Passamos o dia deitadas na cama, tomando café e assistindo uma maratona de 'Made' em alemão na MTV, o fundo do poço, né? Hahaha! Pedimos pizza pra almoçar e continuamos nossa intensa programação televisiva! A programação da TV aberta na Suíça também é um LIXO! No fim da tarde, cada uma de nos seguiu seu destinos: eu e Lucy fomos pra casa e a louca da Emma foi pra academia, ela passou o dia falando em ir malhar e terminou indo, com ressaca e tudo! Emma é ginasta profissional. Eu e Lucy somos profissionalmente preguiçosas. Hahaha!

E assim se foi mais um finde maravilhoso em Zürich! Eu AMO aquela cidade!! =D

Amsterdam







Vamos brincar de faz de conta? Os próximos posts vão ser escritos hoje, mas vocês fingem que foram escritos na época certa, ok?

03.08 - 07.08

Dia 03 de setembro às 17:30, eu estava no aeroporto de Zürich embarcando pra 5 dias maravilhosos em Amsterdam. A idéia da viagem surgiu num dia de insatisfação, estresse e saudades de casa; sabia que tinha que sair daqui, que tinha que ver gente, gente nova ou gente já conhecida e muito querida. Nessa época ainda não conhecia ninguém aqui e estava me sentindo sozinha, então me veio a idéia de visitar Maíra ou viajar com ela pra onde quer que fosse. Conversamos no Skype e enfim, eu tinha algo pra ficar ansiosa para que chegasse logo.

Fui pra Zürich às 11:00 pra encontrar com Julia (a canadense) pra almoçarmos, ficamos conversando lorota na Estação de Trem até a hora de ir pro aeroporto. Chegando em Amsterdam estava quase morta, tinha levado uma mala tipo sacola, que não tem rodinhas e tive que carregá-la pra cima a pra baixo o dia todo. Eu e Maíra tivemos um pequeno desencontro, poque eu saí por um portão, mas ela me esperava em outro, eu tinha esquecido o PIN do meu celular e não tinha como ligar pra ela. Enfim, resolvi sair procurando por ela nos milhões de portões de desembarque e a encontrei! Ufa! Foi uma das melhores sensações, ver uma pessoa querida, com quem tinha vivido tantas coisas quando éramos mais novas, me senti feliz, super feliz.

Fomos então pra casa dela, que é a coisinha mais linda do mundo! Super organizada, arrumada, limpa, bem decorada... foi tão engraçado ver Maíra 'brincando' de dona-de-casa! Hahaha! É, uma hora nós crescemos, né? Rick (o maridão super simpático e engraçado) já estava em casa e fomos fazer o jantar (mentira, quem fez tudo foi ela). Vocês não vão acreditar, mas Maíra, a melhor hostess do mundo, fez RUBACÃO pra mim!!! Gente, RUBACÃO!! Jantamos uma das minha comidas favoritas, ouvindo Los Hermanos e ali, eu já podia morrer feliz!

No outro dia, saímos pra turistar por Amsterdam. Me apaixonei pela cidade, adorei a arquitetura das casas, os canais, as bicicletas por todo lado... é uma cidade bem diferente e especial, e eu gostei demais da sensação de estar lá. Andamos o dia praticamente todo, fomos no 'red light district' (é assim que chama Maíra?), achei aquilo fantástico, aquelas mulheres de todo tipo, pra todo gosto, se insinuando em janelas em plena luz do dia. Não consegui evitar compará-las automaticamente com aqueles frangos de padaria, girando naquelas coisas de vidro, esperando que algum transeunte os ache tão gostosos que os queiram comer ali mesmo. Foi uma experiência interessante, afinal, tinha que ser, depois da quantidade de tempo que passamos perdidas pelas ruas tentando achar o tal lugar. Hahaha! Chegamos em casa já de noite, fizemos o jantar (mentira de novo), conversamos horrores, assistimos um filme que nem lembro mais qual foi e fomos dormir. Claro que Maíra já estava dormindo desde a metade do filme, né?

No sábado, mais uma vez fomos turistar, saímos com a programação de ir ao Museu de Cera Madame Tussauds e fazer um passeio de barco pelos canais. A visita ao museu foi bem interessante, mas eu achei que não tinha muitas estátuas de famosos à lá Hollywood, e tinha muuuitos artistas holandeses que eu não conhecia, então não teve muita graça vê-los. Muita gente que eu queria ter visto não compareceu ao recinto, mas minha maior decepção foi a ausência de Madonna! Um absurdo tirarem a estátua dela de lá! Ou seja, agora tenho que ir pra Londres de qualquer forma e ver o verdadeiro Madame Tussauds, o que vai ser um enorme sacrifício pra mim! Haha O passeio de barco não deu certo e terminamos voltando pra casa no fim da tarde porque um pessoal amigo deles ia pra lá e depois íamos sair pra comemorar o aniversário de Rick. A noite, fomos pra um bar australiano super interessante, bem que podia ter um daqueles em João Pessoa. A noite foi ótima e super engraçada!

O domingo foi mazela TOTAL! Todo mundo preguiçoso (eu) ou ressacado (o resto). Haha! Passamos o dia conversando besteira, comendo e assistindo DVDs de metal (¬¬). A noite fomos assistir 'Inglourious Basterds' no cinema, foi no mínimo diferente, já que o filme se passa boa parte em alemão e francês e as legendas eram em holandês! Fantástico, né? Vou ter que assistir novamente, mas pelo que consegui notar, o filme é maravilhoso, como todos os outros de Tarantino!

Aí, já era segunda... dia de voltar pra casa, pra vida real, pro trabalho, pro cansaço e pra saudade! E lá fui eu, saí da casa de Maíra às 7 da manhã e só consegui chegar em casa às 7 da noite, porque desci na Estação de Trem daqui, só pra deixar minha mala e pegar meus livros com Nadine e já tive que ir correndo pegar o trem pra Chur, pra ir pra minha aula de alemão (péssima idéia, porque estava tão cansada que acho que não aprendi nada). E, enfim, depois de 1 bonde, 1 avião e 6 trens, pude comer algo e ir dormir na 'minha casa'.

PS. Queria agradecer mais uma vez a Maira, pela forma com que ela me recebeu na casa dela, pelo carinho e pelas comidas gostosas, por ter me levado pra conhecer a cidade e a lojinha brasileira inflacionada. Mil obrigadas a você e a Rick por terem sido tão atenciosos e queridos!! E cade as fotos??? HAHA! Temos que ir visitar Luciana agora!! =D

Tuesday, 15 September 2009

E, enfim, veio o alívio

Logo depois que postei aqui Nadine me chamou pra conversar sobre o dia, o que tinha acontecido, se tinha sido tranquilo, se eu tinha algum comentário a fazer, se eu queria mudar algo e coisas do tipo.

Falei pra ela sobre o dia e enquanto estava conversando senti que aquela era a oportunidade que eu estava esperando, eu e ela sozinhas no meu quarto, então resolvi ter uma conversa com ela sincera e disse tudo. Expliquei que essas primeiras duas semanas eu entendia que era um período de adaptação, que independente da nossa relação profissional eu realmente tinha um carinho muito grande por ela e que queria ajudar no que fosse possível pra que ela consiga fazer essa faculdade, mesmo com TUDO contra ela, mas acho que ela tem direito e merece demais ter a chance de pela primeira fazer algo que ela queira e que seja importante pra ela.

Mas, expliquei também que independente disso, um dos motivos deu ter vindo pra cá era aprender alemão e conhecer lugares novos e que do jeito que as coisas estavam indo eu não tava tendo condições de fazer nenhuma das coisas, disse que eu não tinha condições de estar trabalhando tantas horas, que a noite estava literalmente morta e não tava tendo condições de fazer mais nada.

Ela disse que concordava absolutamente em tudo comigo, disse que não tinha pretendido que isso acontecesse por muito tempo e que já tinha conversado com a avó (um ser humano super complicado, depois faço um post sobre ela) pra pelo menos uma vez por semana ela vir aqui pegar o menino pra dar uma volta enquanto a menina está na escola e coisas do tipo, pra que eu tivesse mais tempo livre. Eu disse que não fazia questão de trabalhar um dia todo na semana e de ajudar se algum imprevisto acontecesse, porque eu realmente não faço questão.

Hoje ela me disse que tinha recebido o horário dela pras próximas quatro semanas, disse que ia ter vários dias em que ela não teria que ir o dia todo, mas não entrou em detalhes dos dias exatos. Eu acredito que vai ficar tudo bem, fiquei super aliviada depois da conversa que tivemos, estava com muito medo de me decepcionar com ela, mas graças a Deus não aconteceu! =D

Li todos os comentários de vocês e mesmo já tendo conversado com ela, eles me ajudaram muito a repensar muita coisa sobre como tenho agido aqui. Eu tenho certeza que realmente faço mais do que meu trabalho exige, mas sei que parte (pra não dizer tudo) disso é minha culpa, eu sou naturalmente prestativa e perfeccionista, uma péssima combinação. Normalmente eu não faço questão de fazer uma faxina aqui ou acolá, nem de passear com o menino e no caminho fazer compras, nem de cozinhar pras crianças, na verdade até gosto disso, porque estar fazendo alguma coisa ajuda o tempo a passar mais rápido. Não gosto é de TER que fazer faxina todos os dias e de TER que cozinhar quando vêm o pai e os trabalhadores dele, porque também tem isso, não são todos os dias que o pai vem almoçar em casa, mas às vezes vem sozinho e às vezes com 1 ou 2 trabalhadores, como se ele sozinho já não bastasse! Pra ser bem sincera, eu não gosto de estar sozinha com ele, ele é imprevisível e uma oonversa normal tem potencial pra virar uma 'discussão' ou uma grosseria gratuita dele. Não me entendam mal, ele não é o diabo, nem é sempre ruim, mas às vezes ele endoida e faz umas coisas meio estranhas e chatas, então prefiro evitar a convivência o quanto posso.

Vou dar exemplos de coisas que ele faz para que vocês entendam melhor o que acontece: ontem no almoço, coloquei tudo na mesa e enquanto estávamos comendo, ele começou a reclamar que o molho de tomates estava MORNO, não era frio, era MORNO!!!! Eu tive que fazer todo o almoço, com o menino a tira colo, ele chega, não ajuda em ABSOLUTAMENTE NADA, nem antes, nem durante, muito menos depois do almoço e ainda fica reclamando!! Ai dá vontade de jogar toda a educação que meus pais me deram no lixo e mandar ele pegar o molho e colocar onde o sol não brilha (li essa expressão hoje num livro e achei o máximo, se bem que em português ficou estranha).

Outro exemplo, ele é bem 'do mato', ou melhor, das montanhas, que no fim é a mesma coisa e ele acha bonito sair alardiando pro mundo todo que ele acha que educação, bons modos à mesa e cordialidade são imbecilidade, que morar em cidade é imbecilidade, que gostar de tecnologia (computadores, celulares e etc) é imbecilidade... e ele tem o hábito de fazer esse tipo de comentários pra mim, sabendo que eu sou COMPLETAMENTE 'imbecil' nos padrões dele, porque eu gosto de tudo que ele condena. Parece que ele faz questão de fazer com que eu me sinta estranha, retardada, ou sei lá e acreditem em mim, isso é um saco quando você mora na casa dele, trabalha pra ele e não pode mandá-lo pro inferno.

Então, é isso. Como minha mãe costuma dizer, se ele fosse igual a ela eu estaria no paraíso e tudo seria perfeito, mas perfeição não existe, então é melhor ele do que um tarado! HAHAHAHA Acho que hoje antes de dormir vou agradecer à Deus por ele.

PS. MUITÍSSIMO obrigada pelos conselhos meninas, vocês são meus amores!! =DD

Monday, 14 September 2009

Desabafo/Pedido de ajuda

Okei. Vou fazer um parênteses na sequência dos posts pra escrever sobre um assunto que há muito vem pentelhando meu juízo, mas que por algum motivo ainda não teve uma guest appearence aqui no meu blog.

Preciso conversar com vocês sobre um assunto sério dessa vez. Sei que tal tema é super batido, mas vivenciando-o diariamente sinto a necessidade de falar sobre ele.

Tenho observado muito o dia a dia dessa casa: família normal, pai e mãe felizmente casados há 10 anos, dois filhos pequenos, o pai tem uma empresa que constrói telhados e trabalha de segunda à sexta. A mãe trabalhava num hospital 8 dias por mês, mas hoje começou uma faculdade de enfermagem, especializada em crianças, em Zürich de segunda a sexta também o dia todo, porém o horário dela vai variar com o decorrer do curso.

O pai é aquela coisa de sempre, trabalha fora, chega cansado, acha que trabalho que conta é o trabalho externo e que cuidar da casa e dos filhos não é trabalho, é lazer. Não entende nem porque as mulheres reclamam tanto, afinal é só passar um pano aqui e lavar um prato ali que tá tudo lindo. Não bate um prego numa barra de sabão, não tira um prato da mesa depois das refeições, não passa um pano nem o aspirador de pó em canto nenhum, MUITO raramente faz algo pras/com as crianças que não seja brincar e não sabe nada sobre os horários e hábitos deles. Ou seja, o que eu costumo chamar de UM GRANDE MERDA.

A mãe é o que eu costumo chamar de Mulher Maravilha, trabalha fora, cuida da casa e das crianças sozinha (antes de mim ela não tinha ninguém). Quando estamos no papel de filha, não nos tocamos muito do trabalho do CÃO que é cuidar de uma casa sozinha, é um trabalho interminável que NINGUÉM nota, a não ser quando não é feito. Por ser muito ativa, é da natureza dela estar sempre se ocupando com alguma coisa, ou seja, ela não pára um minuto! Embora, na verdade, nem se ela quisesse ela poderia parar. Cozinha, limpa, lava, passa, passa aspirador de pó, ajeita a cozinha, lava banheiro, ajeita as crianças (isso dura o dia todo) e fora isso tudo, ainda tem que trabalhar fora e ser a melhor no trabalho, estudar e ser a melhor aluna que puder, tem que se depilar, pintar o cabelo, fazer as unhas, usar maquiagem, estar sempre cheirosa e arrumada........ cansaram né?

E vale salientar, que na maioria esmagadora das vezes, os nossos queridos homens, maridos, namorados, noivos e cia não notam absolutamente nada disso, mas vá você, querida leitora, aparecer com as sobrancelhas por fazer, axilas, pernas e etc por depilar e com cara de cansada, mesmo depois de um dia de cão, pra ver quanto tempo você continuará chamando seu homem de SEU. HA-HA-HA!! Nós somos mesmo umas antas paralíticas!!! Tanto buscamos igualdade e o raio que o parta, que agora estamos aí, com uma carga de trabalho e responsabilidades sobre-humanas e não podemos fazer nada sobre isso, a não ser que decidamos abrir mão de alguma coisa nas nossas vidas: emprego, maternidade, faculdade ou o bom e velho tempo livre/hobbies. Normalmente, decidimos abrir mão do nosso tempo com a gente mesma, porque é da nossa natureza nos doar praqueles e por aqueles que amamos. Pois é, é isso que aguarda as solteiras ou é isso que as casadas (ou au pairs) já estamos vivendo.

Como assim au pairs? Explicarei: agora que a mãe começou a universidade, por pelo menos umas 2 ou 3 semanas pra frente ela ficará tendo aulas o dia todo (ela ainda não tem o horário definido), vale salientar que ela tem que estar na estação de trem de Sargans (10 min de carro) às 6:30 pra pegar o trem pra Zürich (1 hora). Ou seja, meu dia começa às 7:00 da manhã, quando tenho que ajeitar a menina pra colégio (detalhe: o pai está aqui, acordado, mas quem tem que fazer sou eu!) e só termina depois de ajeitar a cozinha após o jantar e deixar as crianças prontas pra dormir. Ou seja, EU VIREI ELA!! Tenho todas as obrigações e tarefas que ela tinha, fazer faxina TODOS OS DIAS (passar aspirador de pó, passar pano, limpar banheiro, colocar lixo pra fora), levar o menino pra passear 3 vezes por semana na cidade ou no parque, fazer compras no supermercado (mais de 6 km daqui ida e volta), ajeitar a cozinha, fazer almoço e jantar, estender roupa no varal e me virar em um milhão pra entreter a danada da guria que parece que tem pimenta no fundo. Meus únicos horários livres são as tardes das segundas e quintas, que na verdade não estou livre coisa nenhuma, estou na aula; de noite, das 8 às 9:30/10 horas quando TENHO que dormir; e os finais de semana, que normalmente estou tão cansada que nem tenho vontade de sair de casa.

É, eu sei. Tô lascada. Também sei que preciso conversar com ela sobre isso, não tenho condições de trabalhar essa quantidade de horas, porque simplesmente não dá tempo de estudar, quiçá fazer alguma coisa pessoal. Meu alemão está quase como chegou e do jeito que vai indo continuará da mesma forma, a não ser que eu dê um jeito nisso! Mas é aí que entra a complicação da história. A relação que tenho com ela não é uma relação meramente profissional, se tornou muito mais que isso, nós conversamos sobre tudo, ela me conta coisas pessoais e eu também, ela já fez absurdamente muito por mim o tempo todo que estive aqui e vice-versa, mas acima de qualquer coisa posso dizer que ela tem carinho por mim. Não tenho NADA pra falar sobre ela e sei que ela não está fazendo isso por maldade ou pra me explorar... eu que sou muito besta, sou prestativa demais e me doou demais pras pessoas que gosto, o tempo foi passando e eu fui fazendo mais do que devia, ajudando demais, sendo muito solícita e agora estou aqui, com uma corda no pescoço. Tenho que ter uma conversa estupidamente desagradável com ela, tenho que dizer que não tá dando, que ela vai ter que arrumar outra forma, outra pessoa pra ficar com as crianças, porque o certo é que eu trabalhe 6 horas por dia e não 12 horas como estou trabalhando. Decidi que vou deixar passar essa semana que é a primeira semana da faculdade, mas depois vou ter que conversar com ela de todo jeito. Tenho pensado muito se devo falar algo logo agora e dizer que por umas 2 semanas tudo bem, que é o tempo dela se organizar, mas que depois ela vai ter que fazer algo sobre isso, não posso ficar nessa situação, muito menos dependendo do horário dela, pra se ela estiver aqui estou livre, senão tô trabalhando. Não dá! Preciso ter meu horário certo. Tô absurdamente confusa e indecisa sobre o que fazer, acho que consegui passar um pouco do que têm acontecido e nesse post específo agradeceria muito que quem leu até o fim deixasse comentários com sugestões de como devo agir. E desde já, obrigada.

Thursday, 10 September 2009

O dia que Maurin descobriu o azar


Hoje foi um dia muito cruel para o pequeno Maurin, o coitado acordou com dois pés esquerdos e nem a lei de Murphy conseguia explicar como as coisas poderiam dar tão errado pra um simples bebê. Já vi gente grande ter fases de má sorte, azar ou qualquer outro nome meio supersticioso que se queira dar, mas nunca ouvi falar de bebês com maré de má sorte!

Narrarei o bendito dia do coitado.

Já durante o café da manhã ele derrubou dois copos de leite e uma caixa de cereal no chão. Logo depois, a mãe foi trocar a roupa e a fralda dele, mas enquanto ela lavava algo na pia, Dana brincava com ele ao lado da mãe (ele estava deitado de costas no balcão da pia), tudo mundo brincando, feliz e rindo, mas de repente, o grito: "Daaaaaaaaaana!!!" e o berreiro, saio correndo feito ladrão de galinha sendo perseguido pela polícia e quando chego no banheiro, a mãe me diz que o menino caiu de cima do balcão, resultado: cortou a boca e chorou uma meia hora. Depois, fomos pra casa vizinha (que vamos nos mudar em novembro), a mãe e eu estávamos montando uma mesa e Maurin estava brincando no chão com uns parafusos, até que escuto mais um grito "Mauriiiiiiiiiiiiiiiin!!", ele estava mexendo na tomada com os parafusos na mão, eu acho que nunca vi um ser humano tomar um susto tão grande, pensei que ele ia enfartar!! Ele ainda demorou vários segundos pra se recuperar e então abriu o berreiro de novo, por mais uma meia hora. Na sequência, fomos almoçar no restaurante vizinho, lá estava ele todo feliz sentadinho na cadeirinha de bebês, quando vem a garçonete gorda e cheia de piercings com as bebidas e APENAS derruba uma garrafa de vidro de Coca-Cola aberta nas costas do coitado! Além do pancada, toda a Coca virou em cima dele! Mais uma meia hora de choro! Já recuperado, durante o almoço ele derrubou mais dois copos de refrigerante na mesa. Voltamos pra casa e ele estava brincando do lado de fora, quando escuto mais um berreiro, ele tinha caído novamente! Graças a Deus, fui pra escola e por algumas horas estive longe dos sofrimentos do jovem Maurin, mas a mãe me disse que ele dormiu APENAS 3:30 durante a tarde e ela que o acordou, então não ocorreram novos episódios infelizes. Cheguei da escola e estávamos preparando o jantar, nesse meio tempo ele caiu mais duas vezes e chorou por mais uma meia hora no total. Felizmente. ele já está dormindo e eu rezarei pra todos os Santos que amanhã o coitado tenha um dia menos tenebroso.

Agora, fica o tema pra reflexão. Sempre ouvi falar e acreditei que azar não existia, que quando nós projetamos pensamentos negativos e pessimistas, atraímos energia ruim, trazendo assim espisódios desagradáveis pra nós mesmos. Ou seja, meio que somos responsáveis por nossa "má sorte" se perpetuar. Tenho certeza que um bebê de 19 meses ainda não tem consciência que tá tendo um dia ruim, ou que é azarado, então como raios se explicam tais eventos? Será que já começamos a pagar Karma desde tão cedo? Acho que na verdade, pagamos desde que nascemos, o Karma de outras vidas. Tá bom, eu sei que viajei, deve ser a hora... beijo e xau!

Ps. Desculpem o post sem jeito, mas já tá tarde e eu queria postar o ocorrido no dia certo. Depois releio tudo e conserto os eventuais erros.

Respostas dos comentários

Pensei muito em como raios ia responder as perguntas que vocês deixam nos comentários, achei que se respondesse nos tais comentários vocês não iam ver, então decidi fazer um mini-post com as respostas.

1. Pra Dany - Pois é, amiga! A rotina é bem pesada mesmo, mas varia muito dependendo da família que você está, tem famílias que não exigem que você faça faxina, mas a maioria pede, tem famílias que a mãe não trabalha fora e apenas quer uma ajuda. Mas a regra geral é que realmente se trabalha bastante, é bom estar bem ciente disso pra não ser pega de surpresa, achando que ia ser só sombra e água fresca. Bem, eu tenho cozinhado coisas fáceis, que todo mundo sabe fazer, tipo massa, salada de vários tipos, lasanhas e uns trecos suíços que às vezes a mãe me ensina. Normalmente, quando tenho que cozinhar sozinha ela escolhe coisas rápidas e práticas e quando ela tá aqui, ajudo no que ela tiver fazendo. Ela cozinha SUPER bem e é super rápida e prática na cozinha. Um dia eu chego lá... É bom você perguntar logo pras famílias que estiver conversando se você vai ter que cozinhar e se não quiser ou não souber, tem que dizer logo. A MAIOR ROUBADA que qualquer au pair pode fazer é mentir ou omitir qualquer coisa que seja, porque quando chegar aqui de uma forma ou de outra vai ser descoberto e só vai abalar a confiança e dificultar a convivência.

2. Pra todo mundo - Gente, acho que me expressei mal nos posts anteriores, contei tanta coisa desastrosa sobre o tal Hostel que terminei passando uma má impressão do dito cujo. Na verdade, o Hostel era SUPER organizando e limpo, os quartos, banheiros e áreas comuns eram impecavelmente limpos, tudo cheirosinho e com cara de novo. Tive tais problemas por não saber o que me esperava, já que nunca tinha me hospedado em recinto semelhante e porque não me acostumo com a idéia de quarto comunitário.

3. Pra Nikki - Pois é, nenhum hotel do mundo tem refil de desodorante, haha! Essa foi a minha única leseira, esqueci mesmo, mas hoje comprei um mini desodorante de 20 ml (nunca vi isso no Brasil) pra colocar na minha necessáire que anda na minha bolsa pra todo canto, agora só falta um mini sabonete!

4. Pra Fernanda (au pair) - Nossa que legal!! Sempre bom conhecer gente nova, ainda mais sendo uma da minha "terra". Deixa algum contato teu num comentário pra nos falarmos. Se você tiver Facebook, posso te apresentar a outras au pairs da área de Zürich.

5- ESPECIALMENTE PRA CHRIS - A srta disse que sempre acompanhava meu blog, twitter, orkut e o escambau, mas nunca vi nem sua sombra por aqui! Quero saber como é isso!! Tem que deixar comentário, Chris!!! Principalmente tu, que eu sei que vai me fazer rir! Saudades!!

6- Pra Tia D. - Quero comentários cariocas também hein?? Morro de rir com teus emails, queria que a sra escrevesse aqui, pra ficar registrado pra sempre junto com os posts!

Se esqueci alguma pergunta, deixem aqui nos comentários que responderei em breve (ou quase isso). Amo vocês e fico muito feliz de saber que vocês lêem o que escrevo aqui!

Wednesday, 2 September 2009

1º fim de semana em Zürich (Parte 2)



(...)

Às 2 e pouco da madrugada não aguentávamos mais o tal Edi`s com suas frequentadoras completamente embreagadas e saltitantes, então decidimos que estava na hora de encontrar um restaurante para que pudéssemos comer algo e sair do frio e da gritaria. Eu, Lucy e Anna rodamos pra todo o lado e já estava TUDO fechado, fora bares e pubs, e isso é porque eles fazem maior alarde que Zürich é A cidade pra se comer bem e se divertir durante a madrugada... amadores! Tenho que levar esses suíços pra conhecer o Brasil! Terminamos num sebosão, que vendia Kebabs e umas pizzas nojentas feitas só Deus sabe desde quando, mas no desespero não se pode ser fresca, né? Engulimos o tal bagulho e fomos atrás do trem das meninas e do meu táxi, meu Hostel era muito longe preu ir de Tram (é uma espécie de trem que anda por todas as ruas da cidade) sozinha de madrugada, sou brasileira, fico noiada!

Meu táxi custou a bagatela de Fr 26, estou doente até agora por causa disso, mas tudo bem, foi o mais certo a se fazer. Cheguei no meu Hostel, e aí começa a segunda parte da palhaçada... eu estava dividindo o quarto com mais 4 pessoas que jamais tinha visto antes, não fazia idéia se eram homens, mulheres, crianças ou velhos! Quando cheguei já eram mais de 3 horas da manhã e graças a educação que meu pais me deram eu não ia chegar fazendo maior carnaval porque os meus roommates provavelmente já estavam dormindo. O quarto tava um breu, não dava pra ver nada e a única iluminação que eu tinha era o celular, minhas coisas estavam dentro de um armário, tipo cofre e se eu fosse mexer ia fazer maior barulho, então tive que dormir do jeito que estava, podre, de calça jeans, duas blusas e sutiã. YAY! ¬¬

Simplesmente não consegui dormir, acordei de 5 em 5 minutos, um calor do cão, o sol na minha cara e eu não consigo dormir cheia de roupa. Às 7 horas desisti de tentar dormir e fui tentar achar uma saída pra como raios ia tomar banho se tinha esquecido toalha, shampoo, condicionador, sabonete e desodorante! PARABÉNS, PRISCILA!! hahaha! Mas, em minha defesa, eu não sabia que o buraco que eu ia ficar não tinha o mínimo do necessário pra higiene pessoal, nunca tinha ficado num Hostel antes e ODIEI!!! Aí lembrei que no dia anterior Julia (a da foto no post anterior) tinha deixado no meu armário uma toalha dela e um bikini, porque todo mundo ia tomar banho no lago a tarde, mas desistiram e ela tava com muito peso na bolsa. Resolvi que aquilo era uma situação emergencial e que se ela quisesse eu até compraria uma toalha nova pra ela!

E lá fui eu, apenas com minhas roupas limpas e uma toalha, pro banheiro comunitário no corredor. ¬¬ de novo. Vale salientar também, que eu estava descalça, porque só tinha levado um tênis e como ia tomar banho de sapato?? AI QUE NOJO! Eram 4 ambientes diferentes, 3 cubículos com duchas e 1 banheiro grande, com as pias e bacias sanitárias. Escolhi a ducha vizinha do banheiro e foi aí que tive uma idéia brilhante: usar o sabonete que tem na pia pra lavar as mãos! Obviamente eu não tinha nenhum recipiente pra colocar o tal sabonete líquido, então tive que ir lá correndo (arriscando deixar minhas coisas dentro da ducha, sorte que tava cedo demais e quase ninguém tinha acordado), coloquei uma quantidade razoável pro corpo todo e voltei correndo pra ducha. Chegando lá, veio o problema, como tirar toda minha roupa com uma mão só?? Preciso mesmo descrever a cena?? HAHAHAHA!!! O sabonete escorria, a calça não descia, o sutiã não desabotoava e eu ria mais que uma hiena assistindo Friends! Sei que finalmente consegui tirar a roupa, metade do sabonete já era, mas tomei meu banho e me senti limpa e linda! hahaha

Voltei pro quarto, arrumei minhas coisas e desci pra tomar café, tinha que fazer o check-out até ás 10 horas: Hostel de MIERDA! Comida e com tudo pronto, fiz o check-out e fui embora (ainda eram 9:30 quando saí do Hostel), tinha que andar uns 5 minutos até a parada do Tram nº7, que me levaria até a Bahnhofstrasse (rua da estação de trem), é nessa rua que ficam as lojas principais e também era onde eu tinha combinado de encontrar com Julia às 13:30. A minha bolsa estava pesando algo tipo, umas 500 toneladas e logicamente TODAS as lojas e cafés estavam fechados, pois era domingo, então eu dei uma volta pelos arredores pra tentar encontrar um lugar pra sentar e ler, Deus abençõe meus livros e meu ipod. Encontrei uma pracinha bem simpática em frente ao lago (o lago está por todo lado, é uma coisa de louco) com um Café que estava se preparando pra abrir (Glória a Deus, amém!). Cinco cafés, 3 croissants e quase metade do livro depois, deu a hora de encontrar com Julia, fui até o ponto combinado e pontualmente às 13:30 ela chegou. Fomos passear por Zürich, ela me levou num lugar lindo, em que você sobe uma ladeira estúpida, mas chegando no topo se tem uma visão maravilhosa da cidade e do lago (foto acima e fotos 2 e 3 do post anterior).

Ficamos por lá várias horas conversando e depois fomos comer uma massa, porque já eram 4 e pouco da tarde e estávamos morrendo de fome! Comemos e fomos pra estação de trem, afinal eu precisava ir embora. Peguei meu trem e cheguei em Bad Ragaz ás 8 e pouco, jamais me sentindo tão cansada em toda minha existência. Mas, tudo valeu a pena!

Tuesday, 1 September 2009

1º fim de semana em Zürich (Parte 1)









Algumas semanas atrás Nadine pesquisando no Facebook, descobriu alguns grupos de Au Pair aqui na Suíça e me mostrou. Foi assim que tudo começou, devagarzinho e meio sem jeito fui adicionando algumas delas, algumas bem simpáticas, outras bem abusadinhas. Fui me dando super bem com algumas específicas que ainda estavam pra chegar, mas mantivemos contato. Elas chegaram há 2 ou 3 semanas e resolvemos nos encontrar sábado dia 22/08 para um picnic na beira do lago, esse picnic na verdade era a despedida de duas outras Au Pairs que já moravam aqui há mais tempo e já eram amigas.

Depois de muito vou/não-vou, durmo/não-durmo, terminei decidindo ir, com reserva feita num Hostel, pra dormir por lá se me sentisse confortável o bastante com elas, até porque por mais que tenhamos conversado algumas vezes, internet nunca é a mesma coisa que conversar pessoalmente e eu não sabia ao certo o que me esperava.

Cheguei em Zürich às 3 e pouco da tarde e Julia estava me esperando na estação de trem. Julia é canadense, super simpática e conversadeira, é uma das poucas que mora em Zürich mesmo, na cidade. Nos demos super bem instântaneamente e a conversa fluiu durante hooooras, sem nenhum momento constrangedor de silêncio. Ficamos de rolé pela cidade, compramos 'comis e bebis' pra levar pro picnic, fomos no meu Hostel fazer o check-in e então já era hora de ir pro tal picnic.

Chegamos lá, no começo eu tava super errada, sou tímida e fico super constrangida ao redor de estranhos, demoro um pouco pra me soltar, mas depois... vocês já sabem como sou depois né? hahaha Tinha umas 15 meninas, ou mais. Algumas eu já tinha conversado antes, outras só tinha add no Facebook, várias nunca tinha visto. Ficamos por lá não mais do que meia hora, ai as meninas mais atacadas, pra não dizer outra coisa, cismaram da mulesta de ir pra um bar chamado Edi´s e lá fomos todas pro tal bar; algumas já frequentavam, outras novatas topavam qualquer parada que envolvesse álcool e homens, mas boa parte estava indo com a correnteza (Oi, eu?).

Chegando no tal bar, aí sim, foi um espetáculo a parte. Na verdade, nem entramos no bar, ficamos do lado de fora sentadas numa mureta, só fazendo o bar de apoio pra comprar bebidas e usar o banheiro. Pois é, o banheiro... não sei nem por onde começar! Quando entrei no banheiro, notei algo peculiar a respeito do tal bar, porque no teto e nas paredes do banheiro tinham milhares de fotos de mulheres nuas e cenas explícitas de sexo, e como se não bastasse isso, tinha uma máquina que você colocava dinheiro e podia comprar vibradores de todas as raças e credos, camisinhas e outros apetrechos eróticos, que não detalharei aqui, por consideração aos meus familiares que estarão lendo esse post, hahahaha!! Foi assim que descobri que o velho Edi´s era um bar pornô, sabe-se lá o que raios isso significa, mas me disseram que tinha um cinema pornô, em uma das salas. Foi aí que entendi, o motivo de só ter visto homens dentro do bar, imagino o naipe das frequentadoras de tal recinto. Aliás, nem preciso imaginar, vi com meus próprios olhos. Boa parte das meninas que estavam no tal picnic, pareciam cadelas no cio (desculpa pai, mas é verdade), só falavam em homens, beijar na boca e cia, beber, se drogar e por aí vai... me pergunto como raios alguém contrata um ser um humano desse tipo pra cuidar dos seus filhos. o.O No meio da noite, elas se ouriçaram ainda mais pra ir pro Mascotte, que é uma boate ali nas áreas também, mas algumas terminaram desistindo de ir porque uma das protagonistas da festa apagou depois de vomitar tudo ao seu redor.

Mas nem só de situações sem noção foi a noite. Conheci umas meninas ótimas, que tenho certeza que vou manter como amigas enquanto estiver aqui e espero que depois também. Lucy de Walles, tem aquele ar meio posh e o humor bem ácido característico deles e dos ingleses. Anabella, uma argentina de Córdoba, bem simpática e divertida e Anna da Hungria, é bem tímida, mas quando fala é bem sagaz e também tem o humor ácido, ela fala tão baixo quanto Normanda... ou seja, já viu a dificuldade que tenho pra conversar com ela, né? Outras meninas também foram legais, mas ainda não merecem um espaço aqui... hahahaha.


Continua
(...)

Explicações

Tenho algumas novidades pra vocês, mas antes de mais nada, existem algumas coisinhas que queria dizer. Sei que não estou postando aqui como deveria e queria, nem falando com vocês no MSN, nem respondendo email com a maior das eficiências... mas quero que de uma vez por todas vocês entendam que minha ausência não é por falta de sentimentos direcionados a vocês, nem por falta de saudades; é por uma total e absoluta falta de tempo e de condições físicas e emocionais de vir pra internet depois de uma dia de trabalho. Passei a ter vida de mãe, sem empregada e babá, de um dia para o outro e tá sendo difícil pra cacete!

Minha rotina normalmente é a seguinte, num dia que a mãe passa o dia fora (quando ela está aqui, é a mesma coisa, mas fazemos juntas): acordo às 6:00 da manhã e desço com as crianças (acordar Dana é o maior dos infernos do universo) pra dar o café delas e ajeitar a menina pra ir pra escola. Ela sai daqui às 7:10 e então começa o trabalho da pinica que vos fala, ajeitar a cozinha, passar o aspirador de pó na casa, dá uma geral nos banheiros, colocar o lixo pra fora, isso tudo com o Maurin chorando no meu pé do ouvido. Passo a manhã toda com ele (e a tarde e a noite ¬¬), inventando toda sorte de distrações: passeios pelos arredores (daqui até o centro de Bad Ragaz são APENAS 3km), brincar com Lego e carrinhos, colocar ele pra andar no Bobby car (aquele "carrinho" do Fantástico mundo de Bobby) do lado de fora e por aí vai. Faço o almoço (pois é, também tenho que cozinhar), todo mundo almoça, coloco Maurin pra dar o cochilo de depois do almoço e vou ajeitar o raio da cozinha de novo.

Segundas e quintas tenho aula de alemão em Chur (cidade vizinha, 15 min de trem) das 15:00 às 17:00, tenho que pegar o ônibus pra estação ferroviária ás 13:25, porque é o único horário que ele passa onde eu moro; e na volta tenho que andar quase 3km até a minha casa, porque não tem mais ônibus essa hora. Pois é, eu moro no MATO. Chego em casa, janto, ajudo Nadine a ajeitar a cozinha e as crianças... preciso dizer em que estado estou depois disso tudo??

Terças e sextas Dana vem almoçar em casa, mas logo depois volta pra escola e só chega ás 15:30, aí fico com as duas belezuras até os pais chegarem, normalmente é lá pras 19:00. Como sempre, janto, ajudo Nadine a ajeitar a cozinha e as crianças. Mais uma vez pergunto: alguém ai imagina como estou depois disso tudo?

Um dia ou outro da semana quando a mãe está aqui eu fico livre durante a tarde, aí aproveito pra fazer tudo que acumulei, arrumar o quarto e o guarda-roupa, responder os emails e mensagens de vocês, resolver minhas coisas, como pagar contas ou comprar alguma coisa nos arredores, estudar, ler meus 9 livros maravilhosos (The Sookie Stackhouse Novels). Minhas folgas são sempre nos finais de semana.

A partir de meados de setembro Nadine vai começar um curso pra ser enfermeira de crianças e bebês, aí sim, a cobra vai fumar. HAHAHA! O tal curso é em Zürich (1 hora de trem) e o horário oficial é de 7 da manhã até às 18:00. Mas, graças a Deus, o curso tem o horário bem flexível, às vezes é só a tarde, às vezes só tem uma palestra pela manhã, ás vezes simplesmente não tem e outras vezes é o dia todo. Ela não tem como me dizer quantas horas trabalharei cada dia, porque nem ela sabe como vai ser o seu horário. Ou seja, meu horário vai ser de acordo com o dela, mas com certeza ABSOLUTA vou trabalhar ainda mais que agora, BEM mais! Será mais ou menos assim: quando a mãe estiver em casa, eu tou off e quando não, eu trabalho. Mas continuo tendo folgas no fim de semana.

Tirando o cansaço, o sono acumulado e a saudade de casa, estou bem. Bem melhor que estava há um mês, graças a Deus. Mesmo a rotina sendo muito difícil, acredito que estou me acostumando aqui e a minha vida não tá parecendo tanto uma vida que não é minha, acho que estou começando a "pertencer" aqui. Mas, só por um ano e depois voltarei a pertencer no meu Brasil!!

Queria pedir a compreensão de vocês pra que vocês entendam que não tenho condições de estar conversando como gostaria com cada um de vocês, tento escrever aqui pra dar notícias a todos, pra que vocês saibam em que pé anda minha vida aqui. E é exatamente essa a questão, por um ano a minha vida é aqui e eu não posso ficar vivendo a vida daí, se não, não vou conseguir me adaptar aqui nunca. Tenho certeza que quem já morou fora como eu, entende muito bem o que eu estou dizendo. Não esqueçam que amo muito vocês e fico absurdamente feliz que vocês queiram acompanhar minhas experiências aqui, e prometo que tentarei postar mais frequentemente.